Aquele Inverno
"Há sempre um piano
um piano selvagem
que nos gela o coração
e nos trás a imagem
daquele inverno
naquele inferno
Há sempre a lembrança
de um olhar a sangrar
de um soldado perdido
em terras do Ultramar
por obrigação
aquela missão
Combater a selva sem saber porquê
e sentir o inferno a matar alguém
e quem regressou
guarda sensação
que lutou numa guerra sem razão...
sem razão... sem razão...
Há sempre a palavra
a palavra "nação"
os chefes trazem e usam
pra esconder a razão
da sua vontade
aquela verdade
E para eles aquele inverno
será sempre o mesmo inferno
que ninguém poderá esquecer
ter que matar ou morrer
ao sabor do vento
naquele tormento
Perguntei ao céu: será sempre assim?
poderá o inverno nunca ter um fim?
não sei responder
só talvez lembrar
o que alguém que voltou a veio contar... recordar...
recordar...
Aquele Inverno"
Gosto muito desta musica...
É com sentimento que a escuto, sempre me faz lembrar o meu Pai...
Não que tivesse grande relação com ele...que não tinha.
Também nunca fui mto ligado a festejos de dias feriados, mas nasci com o 25 de Abril...
E nestes 32 anos muito se passou...
Esta musica, ligo-a de alguma forma a estes dois factos...
25 de Abril, por um lado...e ao meu Pai por outro...
Guerras...Distancias...Momentos...
Quero agradecer os vários "coments" que deixaram no anterior post...
Foi de longe aquele que mais comentários teve até hoje.
Não que faça disso algo especial, mas porque significa que há sempre alguém desse lado...
Apesar de eu saber que outras pessoas por lá passam e não deixam comentarios, fico feliz por cada palavra lá escrita...
Voltem sempre...
posted by Saldanha at 8:38 AM
5 Comments:
Olá!
Em relação ao filme que me falaste no outro dia, acho que já vi...mas não tenho a certeza!
Bonito momento de desabafo...
Adorei a foto!
Obrigado pelas tua visitas...eu voltarei sempre aqui...
Bjus grandes
também eu andarei por aqui num sorriso...
também eu não gosto desses «invernos» onde o infernos somos nós com os outros...
mas depois do inverno há sempre a primavera... é sempre aquela nota de esperança que nos faz avançar e continuar a sonhar que um dia, talvez, não haverá invernos desses...
um sorriso @@@
É sem dúvida a minha música de referência dos Delfins. Tal como a ti, faz-me lembrar também o meu pai e tudo aquilo que passou em Moçambique no Ultramar. Apesar de pouco falar sobre isso foram dois anos de sacrificio e em que a vida esteve sempre sobre o fio da navalha. Admiro-o por isso e pela pessoa que é. São sem dúvida as pessoas que mais amo neste Mundo. Ele a a minha mãe. E as minhas maninhas também.
Bjs.
Sílvia
Bem tu quando poes música estás sempre muito lá!
Gosto!
De certo tocaste a nota que me faltou sempre e que apenas deliniei em relação ao Ultramar... Meu Pai esteve presente na guerra de 1961 em Angola... nessa altura vivia no Ambriz, numa casa maravilhosa com a minha mãe que ficava sózinha e só o via de vez em quando, enquanto ele se batia na mata com os terroristas! Ficou com estilhaços de uma granada num pé... e assistiu e viveu as piores ATROCIDADES que possas imaginar... O 25 A não trouxe BOAS NOVAS para esses homens que tantas tiveram que defender a pátria assim lhe chamam... apenas para outros assistentes de tribuna que nunca souberam o que custa a vida. Beijo Enorme Sempre.m@
Post a Comment
<< Home