Wednesday, November 02, 2005

O amor...(parte II)


ALMAS GÊMEAS? NÃO ACREDITO NESSA TANGA!

Ao,” Elogio ao Amor”, escrito por Miguel Esteves Cardoso in Semanário Expresso, gostaria de poder acrescentar o seguinte: É que Tanto se fala em “Alma Gémea” hoje em dia, tanto procuram pela alma gémea que não percebem que o tempo urze e pode não ser suficiente para o grande encontro. Do lat. Geminu: Que ou aquele que nasceu do mesmo parto que outrem;Composto de dois iguais, real ou supostamente coetâneos;Diz-se dos frutos do mesmo ramo;Diz-se dos músculos que formam a barriga das pernas;Dos que foram geminados ao mesmo tempo; Ou como constelação do Zodíaco (grafado com inicial maiúscula) Uffa!!! Como é que há-de ser? De uma forma ou de outra, causando-nos alegria ou tristeza, o amor faz parte da história da vida de qualquer ser humano. Sinceramente, acredito que o amor é para todos. Porém, a questão é que, mesmo sendo o amor para todos, nem todos são para o amor!!! Como saber? Você é? Eu sou? O que fazer para ser? Felizmente, a escolha é de cada um. A decisão de ser e estar para o amor só depende de nossas atitudes, de nossas confianças interiores, de nossa consciência e disponibilidade para nos entregarmos a esse sentimento e aceitar os desafios que chegam com ele.Creio que o primeiro e maior desafio referente às relações amorosas, seja, pararmos de acreditar que o amor é um conto de fadas, como se bastasse encontrar um príncipe ou princesa para que ele aconteça, sem que nada precisemos fazer. Baseados nesta convicção investimos o nosso tempo e a nossa energia aprendendo truques de sedução, diversas maneiras “eficazes” e “infalíveis” de conquistar quem quer que seja... Apostamos demasiado na aparência e justificamos tanto os nossos ganhos quanto as nossas perdas a partir do que vislumbramos diante do espelho. O amor está além do invólucro e alimenta-se de consistência, de algo que melhora com os anos, que se torna mais forte à medida que se faz 30, 40, 50 anos, e por aí fora, tenho a certeza! E concordemos: a maioria de nós, tende a obedecer à lei da gravidade cada ano que passa.Os cabelos brancos aparecem, a pele enruga e fica flácida, o corpo perde a agilidade e a juventude, o raciocínio fica mais lento, e as rugas tornam-se evidentes. E ainda assim, o amor pode crescer a cada dia, pode superar e progredir, fazendo-nos ainda mais felizes do que no início, quando a pressa e o medo de não viver, faziam com que não percebêssemos a paz e a felicidade, que pequenos gestos podem trazer à nossa vida. É difícil acreditar nisto quando ainda somos jovens e o nosso maior objectivo é encontrar alguém com quem possamos “gozar” toda a paixão que pulsa em nós. Mas precisámos compreender o papel do amor em nossas vidas. Enquanto acreditarmos que os relacionamentos têm a função de nos satisfazer em todos os sentidos, como se fosse uma espécie de “escravo” que chega para acabar com as nossas frustrações e solidão, então saltamos de promessa em promessa, de casamento em casamento, para nos sentirmos cada vez mais vazios e mais infelizes.Precisamos admitir que as derrotas que sofremos são consequências das nossas próprias atitudes, das nossas próprias escolhas. Somente quando entendemos que somos responsáveis pela nossa felicidade podemos mudar, buscar novas alternativas, novas possibilidades e novas maneiras de viver.Todos nós erramos, e ainda bem, porque se assim não fosse a vitória não existiria. Não importa quantas vezes caímos, mas quantas nos levantamos, porque a vitória está exactamente aí.E quando aplicamos esta teoria aos relacionamentos amorosos, não podemos considerar cada dificuldade como um sinal de que é hora de desistir, de acabar tudo e procurar outra pessoa. Senão, passaremos a vida inteira em busca de alguém que nunca nos decepcione, nunca cometa nenhum erro ou nunca nos faça sofrer. Amor não é isso! Ou seja, a função do amor é mostrar que o relacionamento entre duas pessoas é passível de dor e enganos e que isso acontece justamente para que possamos reflectir sobre a nossa participação na dor e no engano.Sim, porque não há um culpado e um inocente. Não há um carrasco e uma vítima.Quando duas pessoas resolvem compartilhar suas vidas, fazem isso baseados em semelhanças, ideais e afinidades. Enfim, não somos ímanes, somos pessoas; portanto, no amor, não vale o conceito “os opostos atraem-se”, mas sim “os semelhantes atraem-se”, eu aplicaria aqui “ a alma gémea” mas em sentido figurado. Sendo assim, no momento em que alguma coisa não vai bem na relação, a função do amor é levar-nos à seguinte questão: por que escolhi esta pessoa? Certamente tenho algo a aprender com ela. E se ela é semelhante a mim, o que há em mim que atraiu alguém como esta pessoa? Se tivermos a grande coragem de fazer estas perguntas e, principalmente, de dedicar um precioso tempo de nossa existência em busca das respostas, chegaremos a duas conclusões: ou a pessoa é nossa “mestra”, e, a despeito de todas as dificuldades, sabemos que podemos evoluir. Ou essa pessoa entrou em nossa vida para nos mostrar que algo dentro de nós tem de mudar muito, para sermos felizes.Mas independentemente de ser a pessoa certa ou a pessoa errada, podem ter a certeza de que toda a aprendizagem será iniciada a partir de uma dificuldade, de uma crise, de uma decepção, de um erro, enfim, de algo que nos incomoda, que nos faz questionar, avaliar, analisar e reflectir.Não há como crescer na perfeição, porque o que é perfeito não necessita de ser mudado! E como somos imperfeitos e como a nossa missão aqui na Terra é Evoluir, foi-nos provado o amor, pois assim o nosso percurso seria muito menos penoso…. Nunca ter desilusões no amor, é um privilégio dos imbecis. Amar, é encontrar a própria felicidade na felicidade alheia. Amar é descobrirmos a nossa riqueza fora de nós. A vida é um sono de que o amor é o sonho, e só vivemos se amarmos. O amor é um rio onde as águas de dois ribeiros se misturam sem se confundir. O amor não é um sentimento, é uma arte. O amor civiliza o homem mais embrutecido, faz falar com elegância quem antes era mudo, faz do cobarde um arrojado, transforma o preguiçoso em ágil e enérgico. O amor é o milagre da civilização, capaz de salvar o Mundo, assim o compreendamos e reconheçamos como regra em nossas vidas. Bem Hajam! E Façam o Favor de Serem Felizes!

Sabrosa, 27 de Outubro de 2005
Manuela Pinheiro

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Almas gémeas??? tou sorrindo com esse «não acredito nessa tanga»... e apetece-me dizer que até existem... a gente às vezes não as vê ou não sabe ver, ou ainda não as quer ver! mas há sim...e tudo o resto é tanga mesmo... senão expliquem-me o amor...

Wednesday, November 02, 2005  

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